A Luz.
É impressionante como uma simples situação do dia a dia
nos faz pensar coisas tão significativas. Foi sentado em um bar, tomando
um vinho com uma amiga que me
veio as reflexões que agora divido aqui.
Em frente à mesa havia uma lâmpada cuja luz vinha
diretamente no nosso rosto, trazendo um certo incômodo, um desconforto. Passado
aquele momento pensei como existem pessoas que igualmente como aquela lâmpada
irradiam uma luz tão intensa e tão bela.
Acredito que em cada um de nós exista essa luz, esse
brilho. Acredito ainda que a intensidade da nossa luz esteja diretamente ligada
ao nosso momento pessoal, nossas vivências. É possível que num momento de
fraqueza, onde nossa luz não esteja tão forte, possamos sentir algum
desconforto com o brilho e a intensidade da luz do outro, assim como aquela
lâmpada em nossa frente. Contudo, penso que trata-se apenas de uma questão de
como podemos apreender aquela situação.
Inevitavelmente penso na relação do Sol e da Lua. A Lua,
mesmo sem nenhuma luz própria se mostra tão bela e tão intensa refletindo a luz
do Sol que permite a ela, Lua, aparecer e encantar a todos nós nas noites de luar
que tanto nos inspira e nos emociona.
Eis o grande segredo, nos permitirmos receber a luz do
outro quando nossa própria luz se encontra enfraquecida, assim como a Lua que
sem nenhuma luz própria se permite brilhar ao refletir a luz do caridoso Sol.
Ao longo
da vida venho conhecendo pessoas tão iluminadas e aprendi a me permitir brilhar
com o reflexo de suas luzes quando muitas vezes a minha própria luz se
enfraquece. Aprendi que o brilho da luz alheia pode me ajudar a iluminar meus
passos quando caminho num momento de escuridão.
Assim como o brilho da Lua cheia que tanto nos inspira, é
com o brilho destas pessoas iluminadas que encontrei a inspiração para voltar
aqui depois de algum tempo e dividir esta pequena reflexão e, como diria Lulu
Santos, “vamos nos permitir...”