quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O que une dois corações?

            O que une dois corações? Este é um questionamento que pode trazer várias interpretações, diferentes sentidos. Vou tentar responder da maneira que aprendi.

            Aprendi que o coração se utiliza de boas parcerias para unir-se a um outro coração. O olhar! Ah como um olhar aproxima dois corações, aprendi isso olhando nos olhos dela. O sorriso! Está aí outra parceria dos corações. Foi contemplando aquele sorriso que meu coração voou e tocou o dela, dele inclusive brotou uma flor que eu a entreguei com todo carinho e ela delicadamente a recebeu. Nossos corações se uniram ali, trocaram flores e bateram num compasso diferente. A lua cheia foi testemunha e nem a noite fria foi capaz de diminuir o calor daqueles corações.

            Aprendi também que quando dois corações se unem eles não se afastam, mesmo que os corpos estejam a mais de 3 mil km de distância. É em cada canção compartilhada, em cada sorriso trocado, em cada vez que se ouve o som da voz, eles estão juntos de novo. Passei a chamar meu coração de “Coração Alado”, sim, ele ganhou asas e voa todos os dias para encontrar o dela.


            Lembra das parcerias? O sorriso e o olhar? Então, não esqueçamos do abraço. O abraço apertado enlaça de vez os dois corações. Do abraço sim sentimos falta, os braços não são como os corações, não tem asas, precisam do toque, está preso ao corpo... mas enquanto os corações se unem, o corpo segue, à espera, logo estaremos abraçados novamente. E os corações? Pra estes não existem distâncias... sim, nossos corações estão juntos esperando só nossos corpos chegarem.

terça-feira, 7 de julho de 2015

A Luz.

            É impressionante como uma simples situação do dia a dia nos faz pensar coisas tão significativas. Foi sentado em um bar, tomando um   vinho com uma amiga que me veio as reflexões que agora divido aqui.

            Em frente à mesa havia uma lâmpada cuja luz vinha diretamente no nosso rosto, trazendo um certo incômodo, um desconforto. Passado aquele momento pensei como existem pessoas que igualmente como aquela lâmpada irradiam uma luz tão intensa e tão bela.

            Acredito que em cada um de nós exista essa luz, esse brilho. Acredito ainda que a intensidade da nossa luz esteja diretamente ligada ao nosso momento pessoal, nossas vivências. É possível que num momento de fraqueza, onde nossa luz não esteja tão forte, possamos sentir algum desconforto com o brilho e a intensidade da luz do outro, assim como aquela lâmpada em nossa frente. Contudo, penso que trata-se apenas de uma questão de como podemos apreender aquela situação.

            Inevitavelmente penso na relação do Sol e da Lua. A Lua, mesmo sem nenhuma luz própria se mostra tão bela e tão intensa refletindo a luz do Sol que permite a ela, Lua, aparecer e encantar a todos nós nas noites de luar que tanto nos inspira e nos emociona.

            Eis o grande segredo, nos permitirmos receber a luz do outro quando nossa própria luz se encontra enfraquecida, assim como a Lua que sem nenhuma luz própria se permite brilhar ao refletir a luz do caridoso Sol.

Ao longo da vida venho conhecendo pessoas tão iluminadas e aprendi a me permitir brilhar com o reflexo de suas luzes quando muitas vezes a minha própria luz se enfraquece. Aprendi que o brilho da luz alheia pode me ajudar a iluminar meus passos quando caminho num momento de escuridão.


            Assim como o brilho da Lua cheia que tanto nos inspira, é com o brilho destas pessoas iluminadas que encontrei a inspiração para voltar aqui depois de algum tempo e dividir esta pequena reflexão e, como diria Lulu Santos, “vamos nos permitir...”  

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A dolorosa experiência de ser



Neste post venho refletir e compartilhar um pouco do que penso e, principalmente, do que vivencio enquanto a nobre experiência de ser, sim isso mesmo, ser! Chamar de dolorosa experiência pode soar um tanto pesado ou dramático demais, mas creio que se aproxima do que sinto neste momento.

Não tenho a pretensão de divagar filosoficamente sobre o tema, espero poder discorrer minhas reflexões e sentimentos de maneira suave e clara, mas vou citar brevemente a Filosofia Existencialista já que o próprio título aponta para essa escola filosófica. Os queridos filósofos existenciais já abordavam a questão da existência nos direcionando para temáticas sobre solidão, angústia, desespero, pois nos colocam na condição de livres e responsáveis por nossas escolhas. O referencial teórico foi apenas uma forma de nos ajudar a compreender o emprego da experiência de ser enquanto dolorosa.

Penso agora no meu trabalho, nas minhas relações interpessoais carregadas de afeto, na vida que escolhi, no caminho que venho trilhando. Me vejo mergulhado nesta minha tal experiência de ser, vivenciando-a com intensidade. Falo de um mergulho, pois acredito na possibilidade da vivência da experiência num ponto mais superficial, onde a intensidade é abrandada e, neste caso, talvez, não a chamemos de dolorosa.

Fugir da experiência de dor me parece ser um recurso bem utilizado em nossas relações. E porque não considera-la uma bela opção? Quem gosta de sentir dor? Ressalta-se que quando falo “opção” não digo a lógica escolha racional entre A ou B, falo de uma construção íntima e pessoal de se estabelecer relações, um nível psíquico nem tão claro a nossa experiência consciente.

Eis a questão: viver na superfície da experiência de ser, sem dor ou mergulhar profundamente na referida experiência, vivenciando-a plenamente, porém não sem dor? Não querendo ser tendencioso, vou expressar porque mergulhei. Mergulhei porque a intensidade da plena experiência vivida me faz mais completo. Mergulhei porque quando digo que amo, amo verdadeiramente, sentindo “lá dentro” como costumamos dizer, tão profundo que somatiza, ou seja, se reflete no corpo, falta o ar, o coração dispara... É claro que quando se trata de experiências de perdas ou frustrações, a intensidade também se faz presente e a dor igualmente profunda.

Especialmente sobre o amor, Rubem Alves disse: “Toda experiência de amor traz, encolhida no seu ventre, à espera, a possibilidade de sofrer. Assim a receita para não sofrer é muito simples: basta matar o amor”.  Penso que se não mergulho na minha experiência de ser, se fico na superfície fugindo da dor, eu mato não somente o amor, mas a possibilidade da experiência de ser, de ser verdadeiramente, plenamente e intensamente eu.


sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Preciso sentir


 Venho percebendo que uns dos males mais significativos hoje em dia é o fato de nos afastarmos de nós mesmos. Quando esse afastamento ocorre ignoramos o sentimento mais verdadeiro em nós, aquilo que é genuinamente seu. E foi ouvindo uma bela canção que diz que “se é sonho ou real não importa, eu preciso sentir *...” que suscitou em mim a motivação para compartilhar estas reflexões que há algum tempo trago comigo.

 Penso que é isso mesmo, sentir mais, vivenciar aquilo que é verdadeiro em mim, mesmo que pareça em desacordo com o que se colocam como verdade aos olhos do mundo. Questionemos esses tais “olhos do mundo”, o que eles enxergam? Eu? Você? Ou que eles entendam que seja eu ou você? 

 “Se é sonho ou real não importa, eu preciso sentir...” Acredito que este sentir esteja sempre presente em nós, talvez o que vimos fazendo é negá-lo, negligenciá-lo em função daquilo que é apontado pelos olhos do mundo

 Escrevo agora ouvindo a bela canção e sentindo, simplesmente sentindo, ainda não o defini, e nem tenho pressa para tal, mas sigo seu fluxo e escrevo. Talvez pareçam palavras toscas, desprovidas de algum sentido aos olhos do mundo, contudo carregadas de sentimentos e “se é sonho ou real não importa, eu preciso sentir..." 


*Música: Meu Lugar (Rosa de Saron).

quarta-feira, 13 de julho de 2011

A Arte e a Beleza da Mulher


Na minha humilde opinião sobre arte, o período chamado Renascentista é que apresenta as mais belas obras, através de grandes nomes deste período como Leonardo da Vinci, Michelangelo, Botticelli entre outros. Assim, como as mais belas expressões artísticas deste período, é a Mulher. Linda. Belo sorriso, expressão suave, traços bem definidos... Não. Definitivamente, não. Não vai dar para falar nestes termos técnicos da pintura para chegar próximo do que eu gostaria que entendessem. Talvez maneira nenhuma daria conta de tal missão, mas vou tentar.

A beleza da mulher pode ser bem representada nos seus traços físicos: um corpo escultural, lindos cabelos, sorriso, olhos... Mas tudo isso é um reflexo de uma beleza que parte de uma outra esfera. A beleza está na alma, é tamanha que não cabe fechada dentro da matéria e acaba por se esvair para parte externa na forma como a contemplamos. A mulher ainda tem o dom de potencializar esta beleza através de métodos peculiares.

Seria algo como uma explosão de luz, um Big Bang, repleto de elementos cósmicos, desconhecidos da tabela periódica, que se organizam ou se desorganizam nesta composição física tal como a vislumbramos boquiabertos. Se fossem simplesmente células, tecidos e órgãos, talvez não ficaríamos tão boquiabertos.

Vamos pensar sobre isso. Olhe para sua esposa, namorada, companheira e perceba que sua beleza é assim, transcendental. É possível que haja uma áurea brilhante em torno dela que justifique os momentos em que ficamos hipnotizados. Assim compreendemos melhor que aquele tão falado brilho de seu sorriso, brilho do seu olhar advém desta alma iluminada que habita o corpo, mas não se encontra totalmente aprisionado nele, pois aí está a mais bela forma que esta alma encontrou para se comunicar com o meio externo e nos encantando muito mais do que qualquer obra de arte.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

O querer de um verdadeiro amor


Eu quero ir ao mercado fazer compras com você e perceber que este mês está difícil e que não vamos conseguir tudo que queríamos.
Eu quero acordar de madrugada com nosso bebê chorando e ter que niná-lo até ele pegar no sono de novo, mesmo sabendo que terei que acordar cedo no dia seguinte para trabalhar.

Eu quero chegar do trabalho, exausto pensando somente em uma ducha para relaxar e descansar os pés doloridos, mas encontrar você sofrendo com cólicas e ter que voltar à rua pra procurar algum remédio pra te aliviar.
Eu quero ter que sair no meio de uma festa super bacana porque você quer ir embora já que seu humor está alterado devido à sua TPM.

Eu quero deixar de passar aquele fim de semana maravilhoso na serra que havíamos programado porque nossas contas excederam o que imaginávamos que seria.
Eu quero ter que lidar com seu descontentamento em função daquele seu projeto, no qual você tanto se dedicou, não ter sido aprovado no seu trabalho.

Eu quero ouvir suas reclamações por eu não ter executado de maneira satisfatória as tarefas domésticas que me cabia conforme havíamos planejado na divisão do trabalho.
Eu quero ter que esperar por uma ligação importante e constatar que nossa filha adolescente não desgruda do telefone.

Eu quero despertar assustado de um cochilo gostoso de fim de tarde porque você está aos prantos com uma barata no banheiro.
Eu quero perder as horas no happy hour com os amigos e ao chegar em casa, me deparar com nosso quarto trancado e o sofá preparado pra eu dormir.


Eu quero... Verdadeiramente amar você!

domingo, 23 de maio de 2010


Tornar-se Pessoa

O que significa "Tornar-se Pessoa? Parece óbvio que todos nós SOMOS pessoas, daí tornar-se uma pode parecer equivocado. Contudo, baseado na concepção humanista do psicólogo americano Carl Rogers, tornar-se pessoa refere-se ao fato de se abrir a toda nossa experiência vivida, sem negações ou distorções dos nossos sentimentos e impressões, seguir o fluxo dessa experiência e livrando-se de construtos pessoais rígidos. Tornar-se pessoa é buscar um funcionamento pleno partindo de nosso referencial interno e vivenciar um contato mais profundo e verdadeiro em nossas relações.